sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O Visitante


                                                        O visitante 
Eu estava entediada e resolvi chegar até a janela do meu quarto que é de onde vejo melhor a paisagem que se compõe de um pátio de carros para vender, um pedaço de uma favela de grande movimento que perderam espaço no meu visual para alguns prédios novos ainda não habitados.  Mais à direita me distraio a contar quantos carrinhos vermelhos passam pela rodovia de transito intenso, às vezes escolho outra cor, para variar....
E cá estou eu ouvindo os gritos estridentes de um Benteví que chama seu companheiro para aventuras celestes, quando um assovio estridente me faz arrepiar os cabelos e desce pelas minhas desprevenidas costas geladas.
Uma sombra seguida de uma intensa luz de um holofote se interpôs entre o sol e meus olhos não me deixando ver mais nada à minha frente. Fechei-os por um momento, cega e curiosa para ver o que estava acontecendo ali diante de mim, foi quando um som metálico, semelhante às vozes de robô me fez abrir, e na verdade arregalar, meus olhos desmesuradamente simplesmente porque ali estava diante de mim um artefato metálico voador achatado e coberto de uma nuvem que mais parecia uma couve-flor gigante zumbindo e trepidando suavemente.
Tornei a fechar os olhos, os esfreguei pensando que estava delirando e rapidamente escaneei meu cérebro para ver se havia tomado algum remédio que provocasse efeitos colaterais, tipo alucinações, mas não; além dos de sempre, de um tempo para cá eu costumo tomar uma pastilha efervescente de vitamina C pela manhã.
A coisa voadora então soltou o que chamo de voz, para não causar mais confusão mental e grunhiu:
-Tudo bem com a senhora? Vamos dar uma volta, um passeio?
Olhei para os lados para ter certeza que a pergunta era feita para mim, ou para outra maluca do prédio, mas era para mim mesma, pois se fosse em outro andar ele subiria um pouco mais para ficar de vis à vis com a pessoa.
Então respondi como as velhas respondem;
- Não meu filho, está quase na minha hora de fazer uma coisa aqui em casa, vai você meu filho, pode ir que fico bem aqui...
- Vem com a gente, a senhora vai gostar, vamos dar um passeio...
- Mas a onde que vocês estão indo?
- Por ai, conhecer uns lugares, vem com a gente...
Eu olhava aquele rosto na minha frente fixamente e a voz dele aumentava e sumia aumentava e sumia, até que acordei no chão, rodeada dos socorristas da ambulância, que veio me buscar, chamada pelos vizinhos que me viram caída no saguão do prédio.
Ainda não me lembro se eu estava saindo ou chegando da nave...

( Acho bom avisar aos desavisados que esta é uma obra de ficção...)

2 comentários:

  1. Não vou resistir ao trocadilho: Clotilde FasciOVNI... Por mundos nunca dantes navegados. Abraços e feliz 2017, minha amiga.

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    1. hahahahah e eu adoro esse tema para escrever...
      Abraços e Feliz Natal e muitas Bênçãos para vc e toda família.

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